Como forma de sinalizar o Dia Mundial do Ambiente (05 de Junho), a Câmara Municipal de Lisboa decidiu implementar duas medidas que contribuem para a sustentabilidade do município.
Actualmente existem apenas 2 pontos de recolha de equipamentos electrónicos e eléctricos em todo o município e esse número será alargado para 15, tentando aumentar a recolha deste tipo de resíduos que são extremamente prejudiciais para o ambiente quando atingem o seu "fim de vida" e não são devidamente tratados e reciclados. A outra medida anunciada pela CML é uma modificação na limpeza das ruas. A limpeza urbana envolve um consumo de 2 milhões de metros cúbicos por ano. A alteração implementada é a origem dessa água que actualmente deriva da própria rede, ou seja, consome água potável. A partir do Dia Mundial do Ambiente essa água passou a ser recolhida das ETAR de Chelas e Alcântara passando a consumir água tratada resultando numa enorme poupança de água potável pois a água tratada já foi previamente utilizada. Esta tarefa ficou a cargo dos camiões cisterna da autarquia e resulta de uma parceria entre a CML, a Simtejo e a EPAL.
Tomo o Dia Mundial do Ambiente e estas duas medidas implementadas pela Câmara Municipal de Lisboa somente como ponto de partida para analisar a temática da água, focando-me na sua importância enquanto recurso vital para a vida humana, bem como para todas as formas de vida que conhecemos. Cada vez existem mais cientistas, economistas, ambientalistas, etc. a denominar a água como o "ouro azul" ou o "ouro do séc.XXI".
Infelizmente a água não tem tido grande relevo quando se aborda a luta contra as alterações climáticas. Esse campo está monopolizado pela geração de energia renovável. É importante substituir o petróleo e o carvão enquanto geradores de energia mas temos que nos recordar que esse não é o nosso único problema e como tal, temos de abordar todos os outros que somente conjugados serão capazes de apresentar uma verdadeira solução para o planeta e para a Humanidade.
Actualmente, de uma forma teórica, a água é abundante para nós (habitantes dos países desenvolvidos) pois basta ligar a torneira e até é relativamente barata, especialmente quando comparada com os preços dos combustíveis. Tudo isto leva-nos a negligenciar a verdadeira importância da água e a crescente necessidade de reduzir os nossos consumos. Sem electricidade não seria possível o mundo de hoje. Sem água não seria possível qualquer mundo.
Também do ponto de vista económico é imperativo pouparmos água e garantir a sua sustentabilidade futura. O desenvolvimento de novas potências leva a numerosos crescimentos no consumo de água per capita e vem agudizar as dificuldades globais em fornecer quantidade equivalente à procura. Países como a China estão já a sentir os efeitos da escassez da água levando-a a realizar projectos megalómanos como a construção de um túnel subterrâneo entre o Rio Amarelo e o Rio Yantzé para transferir caudal do segundo para o primeiro. Mesmo em Portugal assistimos a uma exploração cada vez mais dispendiosa dos recursos hídricos (ligada à tão contestada taxa de recursos hídricos) fruto de uma oferta cada vez menor e de mais difícil acesso. A escassez de água afectará todo o mundo mas os países do sul da Europa serão dos mais afectados. Corremos também de risco de aumentar a pobreza nos países subdesenvolvidos e de proliferar mais doenças bem como de prejudicar seriamente a agricultura a nível mundial bem como a pecuária. O seu custo será cada vez maior e à medida que cada vez menos pessoas tiverem acesso a um bem absolutamente indispensável os conflitos e tensões sociais tornar-se-ão cada vez mais frequentes e violentos. Todos os países terão de participar numa solução global para este problema e comprometer-se a implementar medidas sérias. Os projectos megalómanos apenas adiam o problema e não podemos "confiar" no gelo para nos salvar pois está a derreter a uma velocidade recorde. A dessalinização não se apresenta como solução pela elevada quantidade de energia que necessita e pelo facto da água dessalinizada não ter os mesmos componentes que a água doce.
Uma nova gestão é urgente! E a responsabilidade dessa gestão é do governo, das empresas mas também nossa. Não podemos esperar que leis e incentivos governamentais ou campanhas nos media façam o nosso trabalho. Como forma de finalizar o meu post deixo uma pequena lista com algumas sugestões ao alcance de todos nós para reduzirmos o consumo de água.
- Não tomar banhos mas sim duches rápidos.
- Verificar e reparar todas as anomalias em torneiras e canalizações.
- Regar as plantas ao final da tarde ou anoitecer para evitar uma maior evaporação.
- Lavar o carro com um balde ou com uma mangueira de pressão.
- Colocar redutores de caudal nas torneiras.
- Colocar uma garrafa de 1,5L (cheia) no autoclismo.
- Ao lavar os dentes utilizar um copo e não água corrente.
- Reutilizar a água do banho para regar as plantas.
- Utilizar a máquina de lavar loiça e de lavar roupa somente com a carga cheia.
- Desligar a água enquanto ensaboa as mãos ou coloca shampôo ou gel de banho no corpo.
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