Antes de começar a análise nacional e europeia sobre as eleições disputadas hoje, quero felicitar o partido vencedor em Portugal, o PSD. A grande maioria das sondagens e projecções estavam erradas, especialmente na percentagem de votos conferida ao PS. Muito se falou sobre o voto de protesto e o cartão vermelho ao governo mas a fragilidade política do PSD foi também bastante discutida. Vamos então aos resultados e à respectiva análise.
A abstenção regista uma subida ficando nos 62,8%. Isto é uma derrota clara para todos os partidos (incluindo os pequenos). Demonstra que mesmo com pouca discussão sobre a Europa e com poucas propostas para a UE, os partidos não conseguem atrair os eleitores. Cada vez mais pessoas se sentem desmobilizadas do sistema político. Este fenómeno não é exclusivo de Portugal já que estas foram as eleições com menor participação a nível europeu. Cada vez mais os políticos e as instituições políticas se afastam do seu eleitorado o que em nada beneficia os interesses nacionais nem os interesses europeus.
Em relação à previsão que tinha feito na 4ª feira errei por 1 eurodeputado. Que "trocou" o PS pelo PSD. Confesso que não estava à espera de uma vitória de Paulo Rangel e ainda menos que esta fosse, efectivamente, expressiva. Por parte das sondagens houve 2 grandes "falhas". Uma delas foi a vitória do PS e a outra a vaticinação da quase extinção por parte do CDS.
O PSD envolto em turbulências (bem visíveis na campanha de Rangel) desde a eleição de Manuela Ferreira Leite, encontrou aqui um novo ânimo. Apesar da sua percentagem de votos não ser elevada, demonstrando não conseguir capitalizar totalmente o protesto em relação ao governo, uma vitória é sempre uma vitória e com certeza irá moralizar as hostes laranjas. Pedro Passos Coelho leva assim uma bofetada, especialmente após as declarações em plena campanha para estas eleições. Quando Paulo Rangel foi anunciado como cabeça-de-lista para as eleições europeias, muitos criticaram esse facto por ser o militante do PSD que vinha a "carregar com o partido às costas" no Parlamento, com especial destaque para os confrontos com José Sócrates. Uma vez mais Rangel conseguiu carregar o seu partido fazendo uma campanha notável culminando com esta vitória. Para mim, foi essencial o seu papel já que na minha opinião, MFL não seria capaz de mobilizar tantos eleitores.
O PS foi o grande derrotado. Perdeu votos e eurodeputados, tanto para a esquerda como para a direita. Era esperado um voto de protesto mas não nestas dimensões e as imagens vindas do Hotel Altis demonstravam que ninguém no Partido Socialista estava preparado para esta situação. Apesar de Sócrates se ter envolvido bastante na campanha, tal não foi suficiente para "contornar" as críticas face a Vital Moreira. A escolha do cabeça-de-lista foi interpretada pela maioria como uma má escolha. Nesse sentido penso que Vital teve o efeito oposto a Rangel, ou seja, enquanto que o segundo conseguiu dinamizar o PSD o primeiro fechou o PS. Talvez esteja a sobrevalorizar a importância dos cabeças-de-lista mas mesmo que tal facto não alterasse o partido vencedor, penso que a margem de diferença poderia ser encurtada.
O BE foi também um grande vencedor. Conseguiu triplicar o número de eurodeputados e tornar-se a terceira força política o que é um resultado excelente. Eleição após eleição, o Bloco tem vindo a aumentar a sua influência.
A CDU manteve o número de eurodeputados e em percentagem de votos não foi uma derrotada. Contudo foi derrotada a nível moral ao passar a ser a quarta força política ainda que num quase empate com o BE.
O CDS apesar de manter o número de eurodeputados e de estar em último no campeonato dos "grandes" surge como a surpresa da noite. Os trotskistas conseguiram superar os democratas-cristãos mas não ocorreu o descalabro que muitas sondagens previam. O CDS mantem a chama acesa mesmo com a vitória do PSD, provando ter uma identidade e eleitores próprios, não estando sujeita às movimentações feitas pelo principal partido de Direita.
O MEP apesar de não ter eleito a Laurinda Alves consegue uma votação algo expressiva e que dá alento a este novo partido.
Conclusões para as legislativas? Na minha opinião, somente a de que nenhum partido conseguirá a maioria absoluta. O embate das legislativas será muito diferente do combate para as eleições europeias. Com Sócrates e Ferreira Leite como protagonistas os resultados serão diferentes e aí o PSD partirá em desvantagem apesar desta vitória. Contudo, esta vitória dá um novo argumento e fôlego para a futura campanha do PSD onde a vitória (ao contrário do que se pensava somente há 1 ou 2 meses atrás) é uma possibilidade. Sobre a sondagem para as legislativas que a SIC revelou e que apontava o PS como vencedor (com 39,6% dos votos) e o PSD bem atrás (com 33% dos votos) tendo a discordar. Creio que se as eleições legislativas fossem hoje o PS sairia vencedor mas não com um margem de quase 7% de diferença para com o PSD. As eleições europeias não provaram que o PSD "vai à frente" mas provaram que vai bem mais perto do PS do que aquilo que a maioria do nós (eu incluido) imaginavamos.
Sobre a questão do voto de protesto tendo a discordar de algumas análises realizadas na SIC. Pacheco Pereira afirmou que o crescimento do BE se deveu ao mero voto de protesto enquanto que o crescimento do PSD se deveu a quem realmente procura uma alternativa para o poder em Portugal. E nesse sentido referiu que os portugueses iriam escolher essa alternativa nas legislativas, já que estava em jogo o futuro do nosso país e o PSD era o único que reunia condições para propôr essa "ruptura" com as políticas do governo de Sócrates. Eu penso ao contrário. O voto de protesto pode ter sido canalizado para o PSD e o crescimento do BE ter sido sustentado por eleitores que querem uma nova realidade política. O PSD é o maior partido da oposição. Quem quer apenas "humilhar" Sócrates (ou seja, não se interessa pelas propostas e ideias dos partidos, querendo somente castigar o governo vigente) vota num partido qualquer, já que esse mesmo partido não precisa de se encontrar alinhado com a ideologia do eleitor pois o seu objectivo é punir o governo. Se para o eleitor é indiferente o partido em que vota, qual será o melhor partido para castigar o governo? Talvez o seu principal opositor? Porque tem a possibilidade de ganhar eleições e assim derrotar o governo. Quem vota no BE pode sem dúvida estar em desacordo com as políticas do governo PS, mas sabe que pelo menos actualmente, o BE não tem capacidade para derrotar o PS. Quem vota BE quer uma nova política em Portugal e não apenas "protestar", porque o melhor partido para protestar é o PSD. Imagine-se que o BE obtinha o mesmo resultado que obteve nestas eleições mas que as votações entre PS e PSD trocavam. Nesta situação, o PS teria eleito 8 eurodeputados (contra 7 do PSD) e batido o PSD por 5,1% nos votos. O Bloco teria tido um excelente resultado na mesma, mas seria Sócrates humilhado? Com uma vitória em eurodeputados e com uma margem de 5,1% em votos, penso que não. Analisando a situação, penso que faz mais sentido o voto de protesto ter sido canalizado para o PSD e o crescimento do BE tenha sido realizado por eleitores que compreendem e concordam efectivamente com os projectos daquele partido.
A nível europeu vimos um crescimento importante da direita, tanto do PPE como da extrema-direita. Pessoalmente não são resultados que me agradem já que esperava um reforço no número de eurodeputados do PSE. Durão Barroso verá possivelmente a releição confirmada e as políticas comunitárias não deverão sofrer nenhum "abalo" para grande desgosto meu. A democracia é mesmo assim e no geral, a direita europeia está de parabéns. Mais combates se seguirão e em especial as legislativas, serão bastante interessantes de estudar e analisar.
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Daniel,
ResponderEliminarTinha esta questao a colocar-te,que para além de curiosidade e também em parte uma questão que toda as pessoas deviam responder a partida para a criação de um blog que apesar de nao ser da so dessa area também por ela reflecte,disse ja que a sua estreia eleitoral sera a 27 de Setembro,data prevista para as legislativas,em que partido está a pensar votar?
Pedro,
ResponderEliminarNão estou filiado em nenhum partido político e por agora, não tenho a certeza em qual partido vou votar exactamente. Mas sem dúvida que o meu voto irá para um partido de esquerda. É nesse campo que me sinto bem e é aí que o meu pensamento se encontra alinhado.
Neste blog não procuro "puxar a sardinha" de ninguém mas obviamente que o meu pensamento político se reflecte nos meus textos e nas minhas opiniões.
Tenho uma grande admiração pelo Partido Socialista mas José Sócrates afastou-me um pouco dele. Actualmente sinto-me mais próximo do BE. Os políticos que mais me "inspiram" são Ana Drago e Manuel Alegre.
Espero ter satisfeito a curiosidade! Sempre que quiser, disponha.
Cumprimentos,
Daniel.
Ok Daniel,
ResponderEliminarvisto dizeres estares proximo do BE,talvez me possas esclarecer esta duvida quem nem pessoas conhecidas militantes do Bloco me conseguiram,que tipo de ideologia segue o bloco?marxismo-leninismo(Portas),troskismo(Louça)maiosmo(Rosas),
eu custumo usar a analogia do bloco como que entrar num barco 5estrelas,que a partida e uma maravilha,mas que no fim de contas nao sabemos onde nos leva,visto nao sabermos que tipo de sociedade propoe,para alem das propostas para muitos"populistas",sao uma mescla de partidos impedindo de se assumirem claramente,como a questao que e fundamentel do federalismo europeu,que com certeza viste o Portas a fugir da questao recusando dizer se era a favor ou contra(da mesma forma que vital fugiu a avaliar Durao)
Deixo-te aqui um comentario num blogue acerca do bloco
"1º O meu nome consta das assinaturas para a formalização do bloco de esquerda, fui um dos seus subscritores e sempre tive simpatia pelo movimento.
2º Votei na CDU e passo explicar porquê:
Acho que a honestidade e o trabalho devem ser premiados e Ilda Figueiredo bem o merece. Não é por acaso que Ilda Figueiredo surge no ranking do PE no 11º lugar ( 1º Português) e Miguel Portas no 398º lugar. Não é mesmo nada por acaso, o último está mais cá do que lá e trabalha muito pouco. Mais, diz uma coisa em Lisboa e deixa sentido de voto em sentido contrário no PE como aconteceu recentemente aquando de uma resolução sobre os ataques de Israel á Palestina. Não me custa nada, mesmo sendo de esquerda, reconhecer valor a quem o merece na direita ou seja onde for, por ex., Nuno Melo, Paulo Rangel ou Francisco Louçã são brilhantes parlamentares, António Pires de Lima é um excelente gestor, são pessoas que fazem falta ao País independentemente das suas convicções politicas.
Não votei no BE porque perdi a confiança no partido, não me agrada a sua estratégia, agrada a outros o que é normal, e sobretudo não queria premiar quem pouco faz., o que é moda em Portugal, onde vale mais fingir que faz do que fazer.
Fiquei surpreendido, muito desagradavelmente surpreendido, com a maneira como lidou com o episódio Vital Moreira na manifestação ou com o seu comportamento na CML.
Compreendo, mas não aprovo, a estratégia dum partido onde parece não haver pessoas de idade onde parece que só aparece nos cartazes e é candidato quem é jovem e bonito. Funciona mas permitam-me não estar de acordo. Noto no BE uma arrogância crescente, de quem sabe que chegará ao poder, o oportunismo do poder.
3º O resultado das eleições:
Inquestionável o excelente resultado do BE e do PSD, Muito bom o do CDS. Mau, o do PS e, infelizmente, completamente merecido, ainda devia ser pior (e não fico feliz por dizer isto). Excelente também o resultado do PCP, por muito que o queiram assombrar, esteve á beira de eleger um terceiro deputado, subiu a sua votação, voltou a ganhar o Alentejo e Setúbal. Tem subido com consistência e não ao sabor apenas de um voto de protesto, dum oportunismo político ou de uma moda promovida pela comunicação social. Luta com sinceridade e raramente é alvo de uma palavra de apreço, é constantemente ostracizado pela comunicação social e as suas actividades desvalorizadas, as pessoas que o representam por muito que façam nunca têm valor ou só são bons quando saem. Ficou atrás do BE e então? Não vejo nisso qualquer problema. Problema, e sério, vejo é na subida da direita na Europa, na continuação no cargo de uma pessoa como Durão Barroso ou outro como ele, aí sim vejo um grande problema."
Tiago,
ResponderEliminarNão serei a pessoa indicada para te responder à questão da ideologia. Na minha opinião, é mesmo uma mescla de ideologias. Mas qual o partido que não é? E essa mescla não terá potencial para ser benéfica? E pode uma ideologia pré-formada responder a todos os desafios do presente? Sou completamente a favor da aberta troca de opiniões entre militantes do mesmo partido e a favor de coligações. É pena em Portugal os partidos estarem tão distanciados (pelo menos em teoria) uns dos outros quando no fundo, supostamente, a sua ideia de base é a mesma, ou seja, melhorar Portugal. Na minha "proposta" de sociedade não englobo só ideias do Bloco. Existem vários campos onde estou mais próximo do Socialismo e outros ainda em que tenho grande apreço por determinadas políticas de direita. Se eu fosse militante do Bloco, provavelmente seria diferente a todos os outros e governaria de forma diferente que um outro militante do meu partido. Pessoalmente não tenho nenhuma ideologia de base que fundamente as minhas acções e propostas. Aquilo que forma as minhas opiniões são a análise que faço da informação e do conhecimento de que disponho. Não tenho uma resposta previamente feita para nenhuma questão.
Em relação ao que é o Bloco (barco de 5 estrelas) acho que isso depende bastante com quem lidamos. Não conheço nenhum militante do BE. Se conhecer algum e formar uma boa opinião acerca dele, provavelmente vou ter mais apreço pelo seu partido. Se formar uma opinião negativa acerca dele, provavelmente vou-me sentir mais afastado do BE. Disse que um dos políticos que mais me inspirava era Manuel Alegre, e Alegre não é do BE.
Porque simpatizo com o BE? Porque estou de acordo com aquilo que são as suas prioridades, na maioria dos casos. Porque me sinto próximo do seu discurso político. Porque me sinto próximo de vários elementos do partido. Porque gosto de várias propostas apresentadas e de várias opiniões. Mas isso não me impede de admirar políticos de outros partidos ou "ideologias". Não me impede de me sentir próximo de militantes de outros partidos nem de os elogiar.
Em relação à arrogância do poder por parte do BE uma vez mais penso que isso é muito influenciado por quem contactamos. Não vejo Francisco Louçã a "vender-se" para ser ministro mas isso poderá ser comprovado ou reprovado nas próximas eleições legislativas.
O BE não tem proposta de sociedade? Discordo. Qual é o partido político que não tem discursos populistas e muitas vezes demagógicos? Para efectivamente vermos se o BE tem ou não uma proposta de sociedade era preciso que o mesmo chegasse ao poder.
No comentário que apresentas o PCP é bastante defendido como lutando com seriedade e crescendo com consistência. O PCP apela constantemente à luta contra o capitalismo e contra os "grandes" mas é o partido que mais dinheiro gasta e o BE o que gasta menos. O PCP gasta mais de 134 milhões de euros e o BE não chega aos 8 milhões, ou seja, o PCP gasta cerca de 17x mais que o Bloco. Todos os partidos têm as suas qualidades e defeitos e em política não existem "coitadinhos".
Concordo com a preocupação do crescimento da direita europeia, especialmente da extremista. Sou a favor do federalismo europeu mas com muitas reticências e essas reticências são uma reforma completa em praticamente todas as instituições comunitárias e no funcionamento actual da UE. Na minha opinião este crescimento da direita não vai beneficiar em nada o crescimento do projecto europeu.
Obrigado pelo "desafio" e pela opinião. Será sempre bem-vindo.
Cumprimentos,
Daniel.
Que números sao esses das despesas?
ResponderEliminarNesta campanha o aprtio que gastou mais dihneiro foi o PSD com cerca de 2.2 milhoes de euros...
O que eu questiono é que na hipotese de o bloco ter maioria absoluta para onde é que o barco dele nos leva?eu honestamente nao sei...logo nunca poderei votar neles mesmo sendo de esquerda
Acrescentando,
ResponderEliminarA unica demonstração de "governo" do bloco foi na CML e todos vimos como acabou,tentaram ir buscar votos colando-se a uma pessoa e correu mal,mas mesmo assim ainda agora tentaram a mesma "colagem" a Helena Roseta
Tiago,
ResponderEliminarEstes números são os declarados ao Tribunal Constitucional e referem-se à despesa anual. O Bloco gastou cerca de 700.000 euros nestas europeias, sendo o partido que menos gastou nesta campanha. Obviamente descontando os "partidos pequenos". Na hipótese da CDU ter maioria absoluta para onde nos leva o barco deles? E para onde nos levou este PS durante 4 anos? E vão haver alterações caso renove a maioria absoluta?
Não estou a querer defender o BE. É um partido político, e como tal, está cheio de pessoas desonestas e o discurso assenta na caça ao voto como qualquer outro. Só quero é referir que isto não é algo que se refere apenas ao BE mas sim a todos os partidos políticos. Os discursos não correspondem às suas acções. Tem que sempre existir desconfiança face a todos os partidos, mesmo naquele em que votamos. Em relação à CML não conheço bem o caso mas se existe uma colagem é porque ambas as partes estão dispostas a "colar-se" e como tal, nenhuma está isenta de culpas. Se Sá Fernandes não tivesse a mínima intenção de se aliar ao Bloco, com certeza não o faria. Em relação a Helena Roseta, é uma pessoa pela qual nutro grande respeito. Se os seus ideais são semelhantes aos do Bloco e se decidirem unir-se acho que ambas as partes terão bastante a ganhar com isso. Senão, cada um deverá seguir a sua forma de fazer política.
Cumprimentos,
Daniel.
Daniel,
ResponderEliminarO partido que menos gastou foi o CDS-PP,cerca de 400mil euros,e nao me respondeste onde foste buscar o valor de 134milhoes de euros?
A Helena Roseta ja disse que nao ao bloco também.E Sá Fernandes já se ia candidatar,foi + o bloco a aliar-se a ele do que vice-versa como toda a gente sabe.
O PCP defende o marxismo leninismo,é o tipo de sociedade mais justa no entender deles.e isso que claramente defende,o que eu digo é que o bloco nao defende nada...
O PS nunca foi socialista desde as privatizações de Mario Soares
Tiago,
ResponderEliminarPeço desculpa se o CDS gastou efectivamente menos que o BE. "Descobri" que o BE foi o que gastou menos quando a RTP 1 passou uma notícia sobre a campanha do Bloco e referiu que era o partido menos gastador com 700.000 euros e que Miguel Portas declarou ser suficiente para "fazer as coisas bem feitas". A RTP 1 continuou alertando para o facto de apesar de o montante ser "baixo", teve um aumento em relação aos gastos nas Europeias de 2004. Os números dos gastos dos partidos revelados ao Tribunal Constitucional foram publicados pela revista Focus.
O Bloco obrigou Sá Fernandes a juntar-se a eles? Não me parece. Quem teve mais interesse é algo a discutir mas efectivamente houve interesse das duas partes. Sá Fernandes não fez um "favor" ao Bloco.
O PCP defende o marxismo leninismo. Em caso de maioria absoluta a CDU conseguiria implantar um regime marxista-leninista em Portugal? Para mim aquilo que o Bloco defende julga-se pelas suas propostas e pelas suas soluções face aos problemas. É isso que realmente interessa e não defender "ideologias". É preciso colocar na prática aquilo que se pensa. O Bloco tem um discurso/propaganda de caça ao voto? Claro que sim mas é bastante visível quais são as suas prioridades e várias medidas que tomaria se estivesse no governo. Nessa medida penso que referir que o Bloco não defende nada é algo exagerado.
O que é o PS agora?
Cumprimentos,
Daniel.
Mas esse valore refere-se a que datas?nao conseguiria mas iria tentar fazer isso,ao passo que o bloco nao sabemos o que realmente propoe.Acha que um partido que nem sobre o federalismo diz se é a favor ou contra tem "palavra"?nao basta fazer propostas?o que é que o bloco ja fez em portugal para alem de criticar e lancar propostas?alguma boas outras demagogicas,como te disse a unica experiencia governativa do bloco foi na CML e todos vimos como acabou.
ResponderEliminarEu nao disse que o Bloco obrigou Sá Fernandes,antes pelo contrário,o Bloco andou a reboque de Sá Fernandes.
O PS agora é o partido que sempre foi,tudo menos socialista,como diz o sempre comigo Joao Jardim"se este PS é socialista eu sou do bloco de esquerda"
http://politicaxix.blogs.sapo.pt/38478.html
ResponderEliminarhttp://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1382832
ResponderEliminarEstao aqui os gastos das campanha,mas nao acho isto relevante,desde que estes valores tenham sido aquiridos legalmente,um militante tanto da dinheiro ao seu partido como um adepto ao clube de futebol,sao opções de cada um,nao penso que podemos ir por ai.
Mas já que falamos das europeias,achas bem o Portas ter faltado a 27% dos plenários nos ultimos 5 anos,que corresponde a ter faltado durante o seu mandato de 5 anos a cerca de 1 ano e 4 meses?eu acho ridiculo um deputado que representa o nosso pais "portar-se" assim
Tiago,
ResponderEliminarFoi publicado no final de Maio deste ano. Referem-se a um acórdão do Tribunal Constitucional sobre as contas dos partidos. Enganei-me, não é de um ano apenas. Nas letras pequenas diz que os anos de 2006 de 2007 também estão incluídos. O artigo publica as receitas/despesas dos 5 principais partidos.
O Bloco faz parte da oposição, como tal é a sua obrigação criticar aquilo que acha que está mal e de seguida apresentar propostas. Por agora não estou a ver que mais possa fazer. Pessoalmente penso que Sócrates defraudou um pouco o seu eleitorado à esquerda, afastando essa tal noção de socialismo.
Vi o link que me mandou. Gostei da última resposta, no geral está em linha com aquilo que disse acima. A sátira feita pelo blogger é perfeitamente aplicável a qualquer partido/político. Neste caso foi feito ao BE pelo simples facto do autor não simpatizar com esse partido. De resto não vejo nada de extraordinário na entrevista a Louçã. Até porque prefiro um partido sem ideologia (no sentido de ideias pré-formadas e orientadas de acordo com determinados factos históricos e não no sentido de não terem ideias ou ideais de todo) mas com propostas do que um com ideologia mas sem possibilidade de a sustentar. É assim que me sinto "bem" politicamente, no sentido de achar que tenho mais liberdade para expor a minha opinião própria que não tem a obrigação de coincidir com a de ninguém.
Cumprimentos,
Daniel.
Tiago,
ResponderEliminarTambém não tenho nada contra os gastos dos partidos em si. Mas permitem comparar aquilo que um partido defende e aquilo que realmente faz. Concordo contigo em relação a essa atitude de Miguel Portas. Já tinha lido algures que foi um dos eurodeputados menos activos, isto comparando com todos os partidos e não apenas com a CDU. Pessoalmente (e digo isto tristemente) não vejo uma enorme utilidade do PE pois tem um grande défice de poderes. Obviamente que isto não desculpabiliza esta falha de Miguel Portas. Admira-me que não tenha sido muito usada na campanha, pelo menos eu não reparei.
Cumprimentos.
http://www.ionline.pt/conteudo/8450-jamais-faremos-coligacoes-com-o-ps
ResponderEliminarEsta entrevista de Louçã dá para ver bem aquilo que o BE é, aquilo que defende e aquilo por que luta.
Eu ja tinha lido a entrevista,veremos ate lá se não fará coligações,como te digo em Lisboa diziam a mesma coisa...
ResponderEliminarEu tenho posição contrário,acho que os actuais cerce de 70% das decisões em portugal condicionadas por bruxelas são um nº excessivo e como disse caminhamos para o federalismo,para a perda da verdadeira autonomia o que para mim está errado.
E que esta falta de ideologia leva a uma falta de posições clara,por exemplo sobre a europa que como sabes o Portas nao diz se é ou não federalista.
Podes consultar ainda o EU-Profiler e ver que a resposta que o bloco deu aos temas mais importantes em politica europeia,nomeadamente sobre o parlamenti europeu poder aumentar/descer impostos,ou sobre se a cada pais deve corresponder um voto é "Sem opiniao",quando estas duas questões sao a base de toda a politica e o futuro da uniao
Tiago,
ResponderEliminar70% das decisões de Portugal são condicionadas por Bruxelas mas quantas são condicionadas pelo Parlamento Europeu em si? Eu sou a favor do federalismo europeu mas somente numa UE totalmente diferente daquela em que vivemos hoje. Para mim a construção europeia está actualmente na direcção errada e a subida da direita tem a possibilidade de prolongar esse caminho. Nessa medida sou mais ou menos contra "tudo" o que se faz actualmente na UE por querer uma UE diferente.
Cumprimentos,
Daniel.
Daniel,
ResponderEliminarEm 2008 o PCP apresentou ao tribunal de contas receitas na ordem dos 11 686 234,87 euros,nao sei onde foste buscar esses dois anos com 134 milhoes.
Quando digo 70%,é pelo parlamento europeu,que condiciona as medidas dos governos.
Mas concordas com a falta de posição do bloco nos aspectos mais importantes na uniao europeia?
o “Parlamento Europeu tem vindo a alargar as suas competências e poder e neste momento mais de 70 por cento das medidas e das políticas nacionais são influenciadas e condicionadas pelas decisões que são tomadas no Parlamento europeu”, explicou Edite Estrela
ResponderEliminarhttp://www.mensageironoticias.pt/noticia/1695
Eu acho um valor absurdo,estamos a perder a soberania,eu nao concordo que o nosso orçamento tenha que ser "autorizado" pelo PE,que quase qualquer obra(70%),por isso sou contra o federalismo,acima de tudo somos portugueses e nao concordo que vendamos a nossa soberania e sejamos comandados pelos interesses de Alemanha,França e Reino Unido
Tiago,
ResponderEliminarAqueles números referem-se a um acórdão do Tribunal Constitucional acerca das contas dos partidos e foi publicado pela revista Focus a 20 de Maio de 2009. Existe falta de posições do Bloco como existem falta de posições coerentes em relação a todos os partidos. Sejamos realistas. Qual foi o partido que "jogou" estas europeias a pensar na Europa? Nem o BE nem nenhum outro. Porque os partidos não têm interesse nisso e a avaliar pelas taxas de abstenção, nem os eleitores.
Para mim o PE dar o "ámen" às decisões tomadas por outras instituições comunitárias não é condicionar as decisões nacionais. As decisões nacionais são condicionadas e muito mas por outras instituições.
Concordo quando dizes que actualmente a UE não defende os interesses europeus mas sim os interesses de 2-3 países que comandam toda a Europa. Isto faz parte daquilo que eu digo que tem de ser alterado. Sou a favor do federalismo? Sim. Sou a favor do federalismo nesta UE? Não. Por diversas razões e uma delas é aquilo que apontaste.
Cumprimentos,
Daniel.
Daniel,
ResponderEliminarMas o valor refere-se em concreto a quê e a que anos?
O Parlamento nao dá amen nenhum a outras instituicoes(mas ja agora que instituição sao essas que falas?),o parlamento condiciona toda a politica nacional,desde orçamento,obras,investimento,etc.
És portanto a favor da perda da soberania de portugal?
A CDU no meu entender fez campanha pela europa,para além de sem qualqier duvida a Ilda ser a que mais percebe,e a deputada nacional que mais trabalhou no parlamento europeu,nao se refugiu na ambiguidade de posições.Mais uma vez te pergunto:concorda com nao ter posição sobre os dois assuntos mais importantes na UE?(O federalismo e a capacidade do PE subir impostos)
Para mudar esta Uniao,na minha opiniao devia-se começar por cada pais ter um voto,assim todas as medidas e politicas tinham q ser mais negociadas e nao impostas pelos "Papões",um pouco a medida do que acontece em Portugal nas assembleias municipais onde cada junta de freguesia tem um voto,apesar de um poder ter 200 habitantes e outras mais de 10mil
ResponderEliminarTiago,
ResponderEliminarNo artigo diz que se referem aos gastos sem especificarem. Visto ser um acórdão do Tribunal Constitucional e a revista não especificar os gastos e dado o seu montante, penso que será todos os gastos incluídos nas contas dos partidos. Gastos com campanhas, congressos, etc.
Em relação ao "ámen" do PE falo por exemplo de somente aprovarem uma nova Comissão ou a sua recondução. Falo do procedimento de co-decisão que partilha com o Conselho Europeu onde o PE se limita a tecer declarações e recomendações. Apesar dos poderes do PE terem vindo a ser aumentados, na prática não é de todo quem decide aquilo que se faz na Europa. Instituições como o Conselho Europeu, o Conselho da União Europeia, a Comissão Europeia e o BCE têm muito mais influência na vida dos europeus.
Não concordo com essa falta de posições apesar de pessoalmente me ser irrelevante já que não concordo com esta UE. Dizer sim ou não à questão da perda de soberania é traiçoeira. Porque sim, sou a favor de uma Europa mais unida e a favor do federalismo (o que pode redundar numa perda de soberania) mas não sou a favor do actual projecto europeu nem da actual construção da Europa. Tenho o meu "próprio" projecto europeu e esse projecto contempla uma maior união em relação ao que se verifica actualmente. Mas também contempla uma maior defesa dos interesses nacionais através de algo simples: a defesa dos interesses europeus. Que é algo que não se verifica actualmente.
Por isso é que actualmente não sou a favor do federalismo. Porque considero que a perda de soberania de Portugal é lesiva para nós já que a UE não defende os interesses europeus como o deveria fazer. Os tais papões a que te referes. Se queremos uma verdadeira União Europeia (com todas vantagens e desvantagens que isso acarreta) as instituições comunitárias têm de ser reformadas. Os europeus têm de estar mais próximos da decisões e a união tem de convergir os seus interesses.
De forma simples:
UE sim.
Esta UE não.
Cumprimentos,
Daniel.
O BCE e totalmente independene de tudo,estes 70% foi um estudos publicado a poucos meses que mostra como o parlamente em si condiciona 70%,porque é o parlamento que condiciona a comissão,que controla a politica de Barroso.
ResponderEliminarMas a questão é essa,estamos de acordo,eu também não gosto desta uniao,e também essa a posição do PCP,que defende a sua mudança nomeadamente dando o mesmo poder a cada estado,evitando deste modo os 3 de sempre na liderança,ao contrário do Bloco que defende a mesma distribuição de agora.
Em relação aos gastos continua a achar estranho porque como te disse no ano de 2008 as receitas do PCP foram de cerca de 11milhoes euros,so esse relatorio se refere aos ultimos 20 anos ou coisa parecida...
Merkel, Sarkozy e Brown controlam a política de Barroso e não o PE. Na teoria o PE pode influenciar 70% das políticas nacionais mas na prática não é assim. O facto da UE ser "controlada" por 3 países comprova isso mesmo.
ResponderEliminarNão sei até que ponto é que o BCE é "independente" de tudo. As mexidas nas taxas de juro são das coisas que mais influenciam na prática a vida dos europeus, e as atitudes/reformas daquela instituição vão condicionar toda a recuperação económica da UE, e consequentemente, todos os efeitos sociais que isso acarreta. O que achei mais estranho nos números foi o PCP ter mais receitas/gastos que o PS e PSD.
Os poderes do PE têm de ser mais "reais" no sentido de terem efectivamente mais poderes e não mais recomendações e pareceres. A própria inclusão de alguns partidos nas famílias europeias não reflecte posições semelhantes o que será sempre prejudicial.
Cumprimentos.
Eu acho que uma europa mais justa só pode passar por cada pais ter o mesmo peso,onde os grandes sao como os pequenos e terão que aprender a negociar e nao a simplesmente impor
ResponderEliminarClaro que sim. É a única maneira de solidificar o sentimento de cidadania europeia. O facto dos países de Leste estarem a ser auxiliados pelo FMI e não pela UE em si, é um exemplo de que os países não "valem o mesmo". E este tipo de situações em nada beneficia os interesses nacionais de nenhum país membro da União, nem contribui para aproximar os cidadãos das instituições que os governam.
ResponderEliminarCumprimentos.
Exacto,o PCP defende exactamente isso,o Bloco defende a actual distribuição.
ResponderEliminarSe um dia for eurodeputado do Bloco luto ao lado da Ilda Figueiredo para alterar essa situação :P
ResponderEliminarahahahah,mas se o partido nao concorda nao podes mudar
ResponderEliminarmas entao Daniel,em politica europeia estás mais perto do PCP que do Bloco...
ResponderEliminarSegundo aquilo que tu dizes sim. O meu pai foi durante muito tempo da Juventude Comunista e apesar de agora não se sentir aliciado pela política isso é sempre algo que marca os discursos cá em casa. A minha mãe também é simpatizante do PCP. Penso que estou mais próximo do Bloco mas isso não me impede de elogiar posições de outros partidos, muito menos do PCP :)
ResponderEliminarCumprimentos.
Quando digo próximo é no geral e não nas matérias europeias específicas que estávamos a discutir.
ResponderEliminarOk,pode ser que ainda mudes de ideias :)
ResponderEliminarGostei de debater contigo estas questões. Sempre que quiseres estás à vontade para encheres as caixas de comentários :)
ResponderEliminarTens algum blog ou escreves nalgum colectivo?
Não Daniel,não escrevo em lado nenhum:)
ResponderEliminarSó aqui e no do publico por vezes
Estás sempre à vontade aqui. Para analisar, concordar e discordar. Se quiseres debater algum tema em específico, estou sempre aberto a sugestões. O Paulo Lobato deu-me uma sugestão e eu aceitei com muito gosto!
ResponderEliminarSe decidires criar um blog avisa-me para o recomendar aqui, por pouco que a minha recomendação valha :)
Abraço.