Este artigo do Diário de Notícias despertou-me a atenção para um tema que frequentemente esqueço. As forças armadas e a Defesa.
Em primeiro lugar quero salientar que apesar de não considerar uma área tão importante como a saúde e a educação, considero essencial um país dispor de um bom sistema de forças armadas. Portugal tem importantes compromissos militares (como a NATO) e várias missões no estrangeiro. Além da defesa e da visibilidade internacional que nos podem proporcionar, as forças armadas têm uma utilidade bem mais abrangente e que, na minha opinião, nem sempre é bem explorada.
Missões humanitárias a nível internacional, defesa da ordem pública em situações extremas, auxílio em situações de catástrofe, apoio em operações de patrulhamento e fiscalização, entre outras. À "primeira vista" vejo o investimento em infra-estruturas e equipamentos militares como algo a evitar tendo em conta a necessidade de outros campos como a educação, saúde, protecção social, segurança interna, etc. Mas casos como o terramoto em Itália fazem-me recordar que o Exército não serve apenas para matar pessoas em prol de interesses muitas vezes duvidosos. E é aí que desperto para a necessidade de um forte e ágil investimento nesta área, não como "substituto" dos sectores descritos acima, mas como mais um que temos de observar e garantir o seu funcionamento, ou seja, "juntar à lista" de prioridades.
Que futuro pretendo eu para as forças armadas portuguesas?
Um investimento maciço vocacionado para um novo exército, uma nova marinha e uma nova força área. Uma redução do "espólio" militar mas um avanço significativo em termos de modernização e tecnologia. A título de exemplo, penso que seria melhor ter menos bases aéreas militares mas um melhor aproveitamento das mesmas e uma melhor conservação e manutenção da infra-estrutura e da zona envolvente.
Portugal é um país pequeno e com pouca população. Não será pelo número de militares, aviões, fragatas, etc. que se irá destacar. Mas como tenho em grande conta a inteligência do povo português penso que nos poderíamos destacar nos avanços tecnológicos ligados ao campo militar.
Pretendo um exército mais versátil capaz de defender o território nacional e de participar em operações em teatros militares internacionais mas também capaz de reagir em situações de catástrofe, quer seja em Portugal ou noutro país para o qual seja necessário o nosso contributo. Pretendo um exército cuja luta seja também construir infra-estrutras de base para populações afectadas por terramotos, cheias, incêndios, conflitos armados, etc. Porque para mim isso também é proteger a população.
Pretendo uma marinha capaz de vigiar a nossa costa em busca de tráfico humano, droga, tabaco, etc. Uma marinha capaz de auxiliar navios com problemas, sejam eles ataques de piratas, doença súbita a bordo, danos resultantes de um acidente, ou qualquer outro.
Pretendo uma força aérea capaz de vigiar o território nacional, capaz de fazer transportes urgentes para cenários de catástrofe, uma força aérea que auxilie o combate ao tráfico.
Bem sei que estas missões já estão incumbidas aos três ramos militares mas penso que esse tipo de missão não é valorizado nem é apoiado. É necessário investir numas forças armadas mais "pequenas" mas com uma tecnologia que lhes permita desempenhar as suas variadas funções e não apenas concentrar-se no poder de fogo. É preciso apostar na formação neste sector, é preciso educar a população para verem que as forças armadas não são algo distante mas algo próximo e sempre pronto a reagir em caso de necessidade. É preciso inovar e criar oportunidades de desenvolvimento e investigação nestas áreas. É preciso modernizar umas forças armadas que ainda se encontram no pré-25 de Abril, tanto em termos de equipamentos como em termos de imagem.
É urgente uma renovação das infra-estruturas, dos equipamentos , da imagem e dos objectivos pretendidos e das missões concedidas. Só assim se justificará o porquê da Defesa consumir uma boa percentagem do nosso orçamento. E esse porquê é o facto das forças armadas existirem para nos protegerem nos vários sentidos da palavra.
Para mim, este é o Exército, a Marinha e a Força Aérea do séc. XXI
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MEU CARO, INDEPENDENTEMENTE DOS COMPROMISSOS QUE REFERIU IMPORTA NÃO ESQUECER A PROXIMIDADE DO NORTE DE ÁFRICA E QUER SE QUEIRA OU NÃO QUEIRA PREVISIVELMENTE OS PROBLEMAS DA EUROPA SERÃO DESSE CONTINENTE QUE VIRÃO : SECA, FOME, IMIGRAÇÃO,DROGA , ETC...E TALVEZ SEJA BOM NÃO ESQUECER QUE A CAPITAL MAIS PRÓXIMA DE LISBOA É... RABAT ! BOM ARTIGO...
ResponderEliminarAnónimo,
ResponderEliminarAntes de mais obrigado por elogiar o meu artigo. Ele é escrito para ser lido e debatido por todos aqueles que concordem ou não com a minha posição.
Falando de África, aquilo que você diz vem alertar ainda mais para a necessidade da reformulação das forças armadas. Para que as mesmas sejam capazes de enfrentar esses problemas. E para o fazerem precisam de equipamentos e formação, precisam de estar preparadas.
E uma forma de combater esses problemas pode ser dar apoio local, nomeadamente aos PALOP, países com os quais mantemos uma relação próxima e que iríamos beneficiar bastante com o seu desenvolvimento económico e social.
Cumprimentos.