quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Distribuição e redes eléctricas

A importância das energias renováveis é cada vez maior e Portugal é um exemplo desta tendência. Este sector tem um peso crescente no emprego e na riqueza produzida para além dos benefícios ambientais e outros benefícios económicos associados como a diminuição da importação de energia, algo que pesa bastante na nossa balança comercial.

Uma aposta no futuro baseada nas renováveis tem de compreender obrigatoriamente um novo sistema de distribuição eléctrica e respectiva modernização da rede. Este é um elemento fundamental para obtermos sucesso no nosso futuro energético. Está em curso um projecto que envolve 9 países da UE e 30 mil milhões de euros de investimento. Este projecto destina-se a construir uma rede de abastecimento eléctrico ao nível europeu baseado nas várias fontes de energia renovável já em operação. O facto da rede interligar a produção de vários países e de várias fontes (como a hídrica e a eólica) vai colmatar as oscilações na mesma, podendo um determinado país ou fonte compensar outro que esteja com uma produção abaixo do necessário.

Este é apenas um exemplo daquilo que será o futuro. O plano de estímulos de Obama comtempla verbas para modernizar o muito antiquado sistema de distribuição americano.

Um investimento numa nova rede de distribuição é essencial para que a mesma se adapte às realidades futuras. Uma rede que seja maioritariamente subterrânea para diminuir o risco de se danificar e quebrar a distribuição (por exemplo por condições atmosféricas adversas) bem como para diminuir os riscos para a segurança e saúde pública. Uma rede que esteja adaptada à microgeração, colocando os excedentes de um produtor a colmatar as necessidades de um consumidor. Uma rede inteligente que em caso de necessidade possa por exemplo canalizar a produção disponível para hospitais, esquadras da polícia, centros de protecção civil, etc. Uma rede que através da Internet se ligue às máquinas domésticas (máquina de lavar loiça, roupa, etc.) e lhes venda a energia quando a mesma não está a ser consumida na totalidade e portanto quando é mais barata, actualizando estes valores em tempo real. Uma rede com sistemas de monitorização mais avançados para se detectar de forma mais eficaz e precoce todas as avarias e anomalias existentes, entre outras coisas.

Este rede do futuro em conjunto com sistemas de armazenamento avançados tem o potencial de levar a eficiência energética a uma nova dimensão e reduzir a quantidade de energia que necessitamos bem como auxiliar as populações em caso de necessidade. O futuro da energia também passará certamente por aqui.

2 comentários:

  1. Olá Daniel, e antes de mais, bons olhos o "leiam".
    Saúdo o seu regresso a estas lides, e vejo que a qualidade dos conteúdos se mantém.
    Oxalá esta rede do futuro seja para um futuro o mais próximo possível, e não apenas uma declaração de intenções.

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  2. Eduardo Miguel Pereira,

    Muito obrigado! A qualidade só se pode manter com os comentadores habituais :)

    Eu vejo esta nova como uma necessidade, isto se realmente quisermos alterar por completo o futuro da energia em todas as suas componentes.

    Abraço,
    Daniel

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