sábado, 1 de agosto de 2009

Saúde - Investimentos

Visto dar primazia a um sistema público de saúde em detrimento de um privado, é natural considerar que a nossa saúde deve ser alvo de fortes investimentos por parte do estado, consumindo uma grande parte do orçamento. Esses investimentos comportam o pré-hospitalar, os cuidados especializados e gerais, infra-estruturas, situações de catástrofe, etc. Os investimentos necessários no âmbito de pessoas com deficiências físicas ou motoras será tratado num post com tema próprio, post esse incluído nesta "série" da Saúde.

Seguem os investimentos que considero serem necessários:

1) Levantamento do grau de qualidade dos serviços e de conservação das infra-estruturas de todos os hospitais, centros de saúde, etc. do país.

2) Levantamento das principais necessidades ao nível de recursos humanos e materiais tanto para a saúde em geral (por exemplo necessidade de mais médicos de família) como para as especialidades (por exemplo a construção de uma unidade oncológica).

3) Após o levantamento produzir alterações em todas as unidades de saúde do país num período de 10-15 anos, dividindo os investimentos consoante a prioridade, ou seja, começando com as unidades mais críticas e seguindo para aquelas cuja intervenção seria de menor dimensão e/ou importância.

4) As alterações deveriam considerar determinados aspectos como a independência energética dessas unidades, a adaptação às necessidades apontadas pelo levantamento realizado anteriormente, uma construção moderna (e não o aproveitamento de antigas infra-estruturas que não assegurem a totalidade das necessidades) bem como os seus equipamentos e uma inclusão de espaços de investigação e de estudo, adequando a sua dimensão à própria dimensão da unidade de saúde.

5) Criação de um Plano Nacional de Melhorias nos Centros de Saúde. Este plano teria como objectivo reduzir a dependência de unidades centrais, descongestionando as urgências dessas unidades. O plano contemplaria um alargamento do horário do centro de saúde e essencialmente um alargamento das suas competências e serviços (por exemplo a instalação de uma unidade de raio-X em todos os centros de saúde evitaria que muitas pessoas se dirigissem às urgências de um hospital somente por suspeitarem de uma pequena fractura). Uma vez mais, as medidas a tomar em cada centro de saúde seriam baseadas nos relatórios do levantamento realizado.

6) Criação de "Espaços de Catástrofe" a nível distrital. Estes espaços seriam terrenos com o objectivo de poderem receber um forte dispositivo hospitalar móvel em caso de catástrofe, estando em articulação com as unidades de saúde desse mesmo distrito.

7) Multiplicação de cirurgias, tratamentos e diagnósticos com especial enfoque para as doenças mais graves, reduzindo o tempo de espera. Esta multiplicação teria de ser assegurada com o investimento realizado na alteração da unidade de saúde e seria "apoiada" pelo levantamento.

8) Criação de um Plano Nacional de Adaptação às Doenças Raras. Este plano iria incluir a criação de estudos mais completos sobre a realidade das doenças raras em Portugal (número de doenças, número de afectados, problemas do dia-a-dia, tratamentos que permitam a cura ou atenuar os efeitos dessas doenças, etc.) bem como o seu tratamento. Provavelmente este plano poderia até resultar na criação de um (ou mais) hospitais somente especializados em doenças raras, desde o seu diagnóstico até ao seu tratamento. A segunda parte do plano seria a de adaptar melhor o nosso país às dificuldades dessas mesmas pessoas (por exemplo as pessoas que necessitam de utilizar uma cadeira de rodas têm dificuldade em mover-se sem ajuda. A criação de rampas vem atenuar essa dificuldade).

Estes investimentos propostos não serão certamente os únicos necessários e além do investimento é necessário todo um processo extremamente bem elaborado para conseguir concretizar os objectivos propostos. A saúde é uma área bastante vasta e complexa, onde desde o primeiro tijolo do hospital até ao computador do médico é necessário um conhecimento extraordinário para conseguir com que as políticas resultem. Apesar dos investimentos propostos serem bastante simples e de representarem somente o primeiro passo numa longa caminhada, estão no meu entender, a promover uma melhor saúde para todos nós, sem excepções. E esse deverá ser sempre o objectivo das políticas de saúde, independentemente da nossa visão de como atingir esse objectivo. O de servir mais e melhor.

4 comentários:

  1. Daniel, o investimento em unidades de cuidados continuados ( e também paliativos) deve igualmente ser objecto de investimento. Além de melhorar o bem-estar dos doentes, numa população envelhecida e pobre, é gerador de emprego. Não seria má ideia dedicares um post a este tema dado o deconhecimento/desiteresse que existe para com esta necessidade.

    um abraço

    (quanto aos resultados escolares, já entraste na ESP?)

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  2. Paulo,

    Já sentia saudades das tuas sugestões :) Prometo que vou aumentar o meu conhecimento sobre o tema e realizar um post acerca do mesmo. Só não consigo dizer ao certo o dia, mas fica registado e não me esquecerei de escrever sobre este assunto.

    Em relação aos resultados escolares por agora está a correr tudo bem. A ESP tem um conjunto vasto de provas e ainda não terminaram. Primeiro realizei provas físicas onde passei. Depois testes de inteligência e psicológicos, onde também passei. Agora na primeira quinzena de Setembro vou ter mais um conjunto de provas onde já não me é possível chumbar. Estas novas provas vão-me atribuir uma classificação de 0 a 20. Classificação essa que se irá juntar à minha média do ensino secundário formando uma nota final de candidatura. As 19 melhores notas de candidatura entram para a ESP. Portanto por agora está tudo bem mas ainda não sei se entrei.

    Candidatei-me normalmente ao ensino superior e caso não entre na ESP vou tirar o curso de Ciências Políticas e Relações Internacionais.

    Abraço,
    Daniel.

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  3. Daniel, estou certo que tudo irá correr pelo melhor. Não imaginava que pudesses ter interesse em Ciências Políticas!!!

    um abraço

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  4. Paulo,

    Obrigado pela confiança! Eu sempre gostei muito de política. Se não entrar na polícia quero dedicar-me à política e só paro quando chegar a PM :P

    Abraço,
    Daniel.

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