terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cultura

A cultura é dos temas mais abrangentes, esquecidos e criticados. O seu grau de importância é bastante variável e as formas de investimento também. Parasitas para uns, artistas para outros, muita discussão existe acerca da importância que a cultura (e os artistas) tem para o país, a sua influência social e económica e o seu papel na nossa sociedade. Quanto é necessário investir e onde é necessário investir são duas perguntas que dificilmente obterão a mesma resposta de duas pessoas diferentes. Alguns dirão mesmo que a cultura não é todo uma área que mereça o investimento do Estado, pelas mais diversas razões.

Pessoalmente considero a cultura como uma "chave" para o desenvolvimento do país. E tal deve-se essencialmente ao facto de considerá-la uma extensão da educação, área para mim de extrema importância. A formação cultural completa a nossa formação escolar e académica, melhorando os nossos conhecimentos e pensamentos. Desta extensão educacional que é a cultura podemos maximizar os benefícios que considero advirem de um bom sistema de educação (competitividade, igualdade social, defesa dos direitos humanos, menor criminalidade, desenvolvimento tecnológico, etc.). Seja na música, no cinema, na pintura, na escrita ou em qualquer outra área, este complemento, este "extra" que a cultura oferece à formação do indivíduo é extremamente importante. Considerando a educação como um dos principais factores para o desenvolvimento do país, não posso deixar de estabelecer este paralelo com a cultura e assumir a sua importância.

A componente histórica da cultura deve ser também realçada. Além de permitir uma melhor formação aos indivíduos criadores, as suas obras vão no futuro contar a história de Portugal e influenciar as gerações futuras. Se tivermos escritores, pintores, actores, compositores, músicos, etc. de destaque no presente vamos influenciar pela positiva o futuro, pelo simples facto de outros estudarem o passado e aprenderem com ele. A cultura na sua componente histórica oferece as "ferramentas" para uma melhoria contínua em todos os seus sectores (como posso ser melhor que Fernando Pessoa se o mesmo nunca tivesse produzido as suas obras?). De certa forma ao apostarmos na cultura hoje, estamos a lançar as sementes para um futuro melhor.

No campo económico penso que tendemos a desvalorizar o papel da cultura. Os ganhos económicos, na minha opinião, não são a curto prazo nem directos. Mas isso não significa que não existam e que o investimento em cultura não seja economicamente viável. Tal como é importante a formação de académicos competentes e que se destaquem a nível internacional o mesmo acontece para os artistas. São eles quem leva a imagem de Portugal para o estrangeiro, são eles que projectam o nosso país e que o colocam na "cena" internacional. Por exemplo, podem ser muito importantes em ganhos de turismo. O investimento em cultura promove Portugal, a sua imagem, os seus produtos, os seus eventos, as suas criações.

Historicamente sempre existiram artistas portugueses entre os melhores do mundo e alegra-me ver que ainda hoje existam muitos portugueses em Portugal ou no estrangeiro que levam o melhor de nós pelo mundo fora. A cultura, na generalidade, pode potenciar o mesmo tipo de ganhos que a educação e como tal o seu investimento deve ser prioritário. Mas acima de tudo as mentalidades têm de mudar para percebermos que a cultura é uma força que une o país e que guarda ganhos sociais e económicos extremamente importantes para o desenvolvimento do país e da nossa sociedade.

20 comentários:

  1. Não podia estar mais de acordo. O sector cultural é, sem dúvida, essencial no desenvolvimento das sociedades a diversos níveis. Da mesma forma que é um importante factor de crescimento económico e gerador de emprego, a cultura ajuda a promover uma sociedade mais coesa e bem formada.
    O aparecimento de empresas ligadas às indústricas culturais e criativas serão um meio essencial para o desenvolvimentno económico do nosso país. Segundo um estudo da União Europeia, a cultura contribui mais para a economia dos 27 do que o sector automóvel. Acho que isto quer dizer alguma coisa...

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  2. Ana Leite,

    Muito obrigado pelo comentário! O estudo que apresenta e do qual não tinha conhecimento é um excelente "suporte" para a tese que apresento no meu post. É necessário que mais pessoas entendam a importância da cultura, incluindo a sua importância económica para que finalmente seja dada a importância devida e sejam realizados investimentos em larga escala.

    Cumprimentos,
    Daniel.

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  3. Daniel hoje falas de mais um dos assuntos a que sou muito ligado, provavelmente irei comentar várias vezes hoje e amanhã este post, pois não consigo dizer tudo de uma vez, e ficaria também um comentário muito extenso.
    Primeiro lugar confirmo a existência do estudo: a cultura (sobretudo nos países desenvolvidos da UE) tem um peso económico maior que o automóvel.
    Segundo, existem vários aspectos a ter em consideração quando se fala de cultura, o seu significado (nem tudo o que se diz cultura talvez o seja), o produtor de cultura (o artista), o agente de cultura (produtor, galeristas, etc.), o consumidor de cultura (talvez nós ;)) e a formação cultural (ensino artístico e do público).
    Como vês muita coisa num saco.
    Agora vou só falar de duas realidades muito diferentes como curiosidade.
    Sendo português e canadiano conheço duas posturas perante a cultura e vou agora só falar de um aspecto.
    Em portugal quando se escolhe um artista para uma representação oficial num evento internacional, é frequente ouvir-se falar da criação pelo estado das condições para o artista poder estar representado e tem-se a ideia que o estado tem de ceder tudo e submeter-se ao artista (a realidade não é bem assim, eu sei).
    na última bienal de veneza o artista escolhido para representar o canada - mark lewis - tem os seus trabalhos representados através de uma galeria de um dos meus primos, tal quer dizer que a escolha implicou o seguinte: o canada cede o seu pavilhão permanente e o seu staff de pavilhão, o artista e o curador da galeria (meu primo) procuram os patrocinadores que apoiem a deslocação e os custos da exposição (a honra da escolha é motivo suficiente para os interessados se esforçarem nessa obtenção de fundos) caso não queiram participar ou não consigam patrocínios suficientes, segue outro artista que fica com a tarefa a seu cargo de arranjar os seus promotores.
    Não estou a emitir crítica a nenhum dos modelos, estou a falar de realidades diferentes que implicam que se pense a cultura não apenas como por norma se pensa. Existem modelos diferentes de promover artistas e a cultura.
    Primeiro comentário lançado, haverá outros temas se quiseres

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  4. geocrusoe,

    Agradeço muito a tua disponibilidade em comentar. Percebo perfeitamente aquilo que queres dizer e agradeço esta pequena "aula" de cultura onde já aprendi bastante. Aceito com muito gosto outros comentários que queiras fazer sobre este tema que já vi ser uma área do teu interesse e da qual tens conhecimentos e experiência. Aquilo que te proponho, se quiseres, é realizares um texto onde abordas todos os temas que quiseres e eu depois posso publicá-lo aqui. Penso que seria melhor do que fazeres vários comentários e o facto de estar num post teria mais visibilidade, isso era algo positivo para todos os leitores eu incluído.

    Se quiseres tenho todo o gosto em publicar um texto em teu nome com a devida autoria e agradecimento!

    Abraço,
    Daniel.

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  5. Agradeço, teria muito gosto, o meu problema é mesmo tempo e vai ser assim até meados de Outubro, férias só mesmo em novembro.
    claro que a cultura é um assunto que me interessa e muito que envolve familiares meus, aquém e além fronteiras.
    Pode ser que amanhã consiga dizer mais alguma coisa das questões que levantei.
    Mas gostaria de ouvir muitos outros aqui sobre o tema, a discussão permite textos mais curtos ;)

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  6. A cultura tem muita influencia na formação cívica de uma pessoa, na minha opinião e da principais em que um pais deve investir, por poupar dinheiro em problemas criminais, tem uma juventude mais activa, ganha no turismo, ganha no dinheiro que a arte gera em si...

    Seria interessante ver um estudo em que criminalidade e a disponibilidade da cultura aos cidadãos estivesse associada. Mas esse estudo seria um pouco complicado devido a uma serie de outros factores...

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  7. geocrusoe,

    Já sabes, estás à vontade :) Acho que o Grifo correspondeu da melhor maneira ao teu pedido!

    Abraço,
    Daniel.

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  8. Grifo,

    Concordo contigo e acho que um dos "problemas" da cultura é que os seus benefícios não são facilmente quantificáveis. Quando se realiza determinado investimento em cultura não se consegue captar em números exactos aquilo que o país fica a ganhar em termos sociais e económicos.

    Contudo, tal como digo no post, considero os investimentos em cultura bastante lucrativos tanto do ponto de vista económico (como o exemplo que dás do turismo) como do ponto de vista social (o exemplo da criminalidade).

    Abraço,
    Daniel.

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  9. O grifo tocou numa tecla que eu não tinha pensado, mas lembrou-me outra por ser estudante:
    O ensino artístico em portugal.
    É verdade que existe a disciplina de educação musical, aulas de educação visual, mas sabemos quanto são desvalorizadas. Era comum dizer-se (quando não havia tanto preconceito contra o chumbo) não é por música ou por não ter jeito para o desenho que o aluno deve chumbar.
    Tal atitude tem a ver com duas coisas, no ensino da música e do desenho não se educava para se apreciar a pintura ou a música, nem se ensinava verdadeiramente para se ser músico ou pintor. era um misto de coisa nenhuma a sério!
    Também nas aulas de português se impõem obras literárias, mas não se desenvolve frequentemente o gosto pela leitura e para se apreciar a literatura, nem se educa para uma pessoa despertar para ser escritor.
    Nas aulas de trabalhos manuais alguém aprendeu a esculpir? Não conheço ninguém...
    Teatro, cinema e outras formas de expressão cultural nunca foram levadas a sério em portugal.
    Como dinamizar a cultura se ela não integra o ensino em pé de igualdade com a matemática e o português? (escolhi as disciplinas de propósito)
    Recordo-me quando fui à ópera em berlim uma das vezes o público ao meu lado era constituído por jovens punk, isto só é possível quando na juventude, independentemente do estilo de vida, existe uma formação cultural tão forte que o punk está plenamente integrado na ópera, considerada uma expressão elitista em portugal.
    Tudo isto para dizer: o ensino da cultura e do despertar para a cultura em Portugal tem um longo caminho a percorrer, antes de se mudarem as mentalidades nesta área.

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  10. Daniel, tocas aqui em dois pontos fulcrais: a relação que exite entre educação e cultura, e a importância desta enquanto factor económico, quer de per si, quer na formação de trabalhadores mais eficientes e abertos à inovação. Como tudo isto são investimentos de longo prazo e dificilmente quantificáveis, a cultura é sempre alvo de ataques, particularmente da nossa direita, que é das mais trogloditas da Europa.

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  11. geocrusoe,

    Muitos de nós afirmamos que para existir uma evolução significativa na cultura que compreenda a sua importância e a necessidade de investir nesta área é preciso mudar as mentalidades. E o ensino será provavelmente a melhor forma de, ano após ano, ir mudando a mentalidade da nossa população para que veja a cultura com "outros olhos".

    Como estudante que sou, também sinto que o ensino musical ou de expressão dramática é deixado em segundo plano. Ninguém me pode obrigar a gostar de determinado tipo de música mas o ensino deveria englobar competências concretas e estimular o interesse dos estudantes. Em Português ninguém me obriga a gostar de Luís de Camões ou de Fernando Pessoa mas tenho que estudar determinadas obras destes autores para compreender melhor a minha língua materna. O mesmo raciocínio deveria ser aplicado para o ensino artístico. Até porque eu só sei se gosto de algo ou não quando experimento esse algo. Se hoje eu posso dizer que aprecio ou que desgosto dos Lusíadas é porque estudei essa obra. O mesmo se passa por exemplo com a música. Como tornar a ópera acessível à generalidade das pessoas se a grande maioria delas nunca teve contacto com este género musical?

    Abraço,
    Daniel.

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  12. Rui Herbon,

    Muito obrigado pelo seu comentário. Eu tentei estabelecer um paralelo entre a cultura e a educação por achar que se completam e que os benefícios são similares quando investimos nestas duas áreas. Mais tarde tentarei estabelecer também este paralelo com o desporto, formando assim um "triângulo" da formação individual e indispensável para a progressão do país.

    Infelizmente vejo que grande parte da direita portuguesa se limita a criticar e não a apresentar alternativas. É pena e o país só tem a perder de uma oposição que não oferece alternativas ao governo. Podemos e devemos criticar aquilo que consideramos estar errado ou menos correcto mas devemos apresentar as nossas próprias ideias, referir aquilo que nós faríamos naquela situação. Infelizmente não é isso que se tem verificado na maioria das vezes por parte de alguns sectores da direita. Chamar parasitas aos artistas não chega. É preciso apresentar uma política cultural.

    Cumprimentos,
    Daniel.

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  13. È verdade tudo o que foi escrito desde a ultima vez que escrevi/ li esta discussão... A ÚNICA vez que me lembro de uma professora de musica nos ensinar a apreciar musica clássica (lembro-me de ser a 4 estações), estava no 3º ano (e tinha estas aulas por iniciativa da minha professora que consegui para nós aulas de andebol e musica), de resto era cantar até ao 2º ciclo em que o que fazíamos tocar flauta e decorar instrumentos... o mesmo acontecia muitas vezes em expressão plástica (ou EVT ou ET e EV), nunca me lembro de apreciar ou interpretar uma obra com um professor meu...

    Não sei se foi por iniciativa própria ou por qualquer outra razão que comecei a apreciar musica clássica e operas, descobrindo o metal e o metal sinfónico com um primo meu... procurem por nightwish...
    __________
    Daniel... É só uma sugestão... mas era + engraçado deixar as discussões "morrerem" 1º e só depois publicar a próxima cronica abrindo ou não um novo tema para discussão...

    Acho que gostarias de participar na discussão que está a decorrer no blog Horta XXI ( http://hrt21.blogspot.com/ ), é sobre a baleação e agora também golfinhos...

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  14. Grifo,

    No toca às artes, seja música, desenho, expressão dramática, etc. é preciso uma grande mudança nos conteúdos e na forma como são leccionadas as disciplinas. Tem de existir menos estudo no sentido de absorver e decorar informação e um estímulo mais livre capaz de incentivar o gosto pela arte.

    Terei todo o gosto em experimentar seguir a tua sugestão mas quero ver se percebi bem. Sugeres que por exemplo neste caso faça um segundo post sobre cultura quando a discussão aqui morrer e nesse segundo post incluir já as informações e ideias contidas nestes comentários? Ou sugeres que vá postando sempre sobre o mesmo tema e só mudar quando a discussão desse tema terminar?

    Eu estou a tentar "absorver" o máximo de informação e promover ao máximo a discussão com estas séries de 5 posts sobre o mesma tema. Já completei o da educação e o da saúde e estou a fazer o da segurança. Vou colocando outros posts somente para "desenjoar".

    Não se era aquilo que estavas a sugerir mas ao ler o teu comentário fiquei com uma ideia de fazer algo como uma semana de cada tema. Por exemplo a semana da cultura. E durante uma semana colocava só posts sobre cultura, convidando outras pessoas para escreverem textos aqui, lançar questões e escrever opiniões. E depois fazia isto para vários temas.

    Terei todo o gosto em consultar o link que me deste e quem sabe, fazer parte da discussão!

    Abraço,
    Daniel.

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  15. também era engraçado fazeres um post final... mas era mesmo só escreveres um novo post passado 24h desde a ultima mensagem da discussão, mas talvez funcionando discussões diferentes ao mesmo tempo seja melhor... vários temas varias pessoas com interesses diferentes...

    A semana das artes é algo interessante... é experimentar, não se deve perder nada...

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  16. Peço desculpa ter chegado tarde ao debate. Parte do estudo que falava "The Economy of Culture in Europe" pode ser lido aqui - http://ec.europa.eu/culture/pdf/doc883_en.pdf
    De facto a cultura é um tema complexo, mas referia-me a ela como actividade cultural.
    Chegou o momento da cultura ganhar especial destaque nas políticas do governo. Continuo a achar, e vejo que foi consenso nos comentários anteiores, que o início da longa caminha do sector passa pela educação dos cidadãos. Defendo, por isso, uma forte componente cultural desde cedo. A cultura e a educação, como já foi referido aqui, estão de mãos dadas. Os museus, as salas de espectáculos, oficinas de artes, monumentos, entre outros, são espaços de educação não formal por excelência. Estes espaços devem ser acompahados por uma postura diferente por parte dos profissionais que estão à frente dos mesmos...
    Enfim...poderia estar horas a falar nisto. Terei todo o gosto, num altura que estiver com mais tempo, de colaborar com vocês nesta área. Encontro-me a criar um espaço que vai de encontro a muitas questões levantadas aqui. Se estiverem interessados em continuar a "discutir" cultura comigo, terei todo o prazer. =)

    Cumprimentos,
    Ana Leite

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  17. Grifo,

    Eu quando terminar de escrever aquelas séries de posts cada uma com o seu tema vou experimentar isso das semanas. E aí espero que estejas disponível para escrever alguns textos :)

    E mesmo agora sempre que quiseres fazer um texto integral para colocar aqui estás à vontade ou sugerir um tema para eu escrever. o Paulo Lobato já o fez por várias vezes e eu fi-lo com todo o gosto!

    Abraço,
    Daniel.

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  18. Ana Leite,

    Nunca se chega tarde para debater :) Obrigado pelo link, vou com certeza consultá-lo para aprender um pouco mais. É necessário perceber que mesmo ao nível económico a cultura é atractiva e portanto não existem "desculpas" para não se apostar neste sector. Os cidadãos têm que exigir isso ao seu governo porque a cultura é para todos e importante para a formação de todos nós, não sendo exclusiva dos "intelectuais".

    Os exemplos que referes (como a visita a museus) pode ser parte da solução para um melhor sistema educativo cultural. Menos "decoranço" e mais visitas práticas é algo que deverá sem dúvida ajudar a estimular o interesse nas áreas.

    O mesmo que acabei de escrever para o Grifo é válido para ti e para qualquer outra pessoa. Este blog é de todos e se quiseres escrever um texto para eu publicar aqui terei todo o gosto. O mesmo em relação a sugestões.

    Abraço,
    Daniel.

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  19. Quando me surgirem ideias para uma cronica falo contigo e dou-te o texto... :)

    Quanto á semana da cultura... :) será engraçado...

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  20. Grifo,

    Fico à espera do texto e fica a promessa da semana :)

    Abraço,
    Daniel.

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