segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Defesa e Segurança - Investimentos

Com base na mudança de recursos e acima de tudo de mentalidade que defendo nas Forças Armadas seguem os investimentos que considero serem necessários para que possam servir de facto a população portuguesa bem como todo o mundo, reforçando os compromissos internacionais de Portugal e expandindo-os.

1) Dotar o Exército dos equipamentos necessários para responder a situações de crise e catástrofe (hospitais de campanha, tendas de abrigo, equipamentos de busca e salvamento, bens essenciais, veículos de distribuição, equipamentos de telecomunicações, geradores e combustíveis, veículos médicos, equipamentos hospitalares, etc.).

2) Dotar a Marinha de novos equipamentos para o patrulhamento da zona costeira e para missões de busca e salvamento (navios-hospital, novos helicópteros de resgate, lanchas rápidas, submarinos não-tripulados, etc.).

3) Substituição da frota da Força Aérea por aeronaves com componentes de patrulhamento do território e missões humanitárias (aviões-radar, distribuição de bens, evacuações, aviões-hospital, transferências médicas, combate aos incêndios, meteorologia, etc.).

4) Criação de um vasto programa de formação dos recursos humanos dos 3 ramos das Forças Armadas. Este programa teria como objectivo adaptar os militares às novas tecnologias e missões provocadas pela alteração de investimentos bem como expandir a sua área de acção (por exemplo o acompanhamento psicológico em situações de catástrofe).

5) Reconstrução das bases militares tendo em vista um melhor aproveitamento das mesmas diminuindo o seu número total.

6) Unificação dos hospitais militares (1 unidade serviria os 3 ramos e não 3 unidades diferentes) bem como a realização de planos que possibilitassem a utilização por parte dos civis destas unidades de saúde (quer seja em situação de catástrofe ou simplesmente porque determinado tratamento tem uma lista de espera menor que o hospital público).

7) Reconstrução dos aeroportos e aeródromos militares potenciando a sua utilização conjunta com a aviação civil, fomentando o desenvolvimento regional e descentralizando a actividade aeroportuária.

8) Aumento da investigação militar em parceria com Universidades e Institutos Civis. Esta investigação estaria relacionada com a nova "mentalidade" das Forças Armadas (por exemplo como melhorar a eficácia das aeronaves no combate aos incêndios).

Estas "medidas" e investimentos pretendem colocar em prática a mudança que defendo na política de defesa no nosso país. Mudança essa que considero ser vantajosa para a população portuguesa já que as Forças Armadas entrariam muito mais vezes no quotidiano das pessoas para acorrer em seu auxílio, para o país pois estaria assim a solidificar os seus pilares de defesa e para as próprias Forças Armadas que poderiam assim "exigir" elevados investimentos necessários à sua renovação.

10 comentários:

  1. Há aqui pano para mangas. Algumas das medidas estão já a ser postas em prática, outras estão previstas. Não esquecer que, por força da Lei, as Forças Armadas estão subjugadas ao poder político pelo que, quaisquer alterações às estrutura e missão das FA's, terão de emanar do(s) Governo(s).
    Abraço

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  2. Boa reflexão, Daniel. Já vai sendo tempo do paradigma das nossas Forças Armadas evoluir da matriz Guerra Colonial/Guerra Fria. As suas funções devem estar muito mais vocacionadas (e para tal preparadas) para factores práticos, de apoio à população e defesa do nosso espaço económico, do que propriamente ter meios mais ou menos pesados para cenários belicistas que não se vislumbrar e nos quais, de qualquer forma, não teríamos qualquer relevância.

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  3. Concordo com o escrito, mas ao mesmo tempo reparo em muito investimento que devia ser colocado noutras áreas... Muito desse investimento teria de ser feito numa altura mais simpática da nossa condição económica... e acredito que não seja prioridade...

    Mas é um bom investimento...

    PS: fico á espera do seu comentário... xD

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  4. João Espinho,

    Hoje estive ai em Beja :) Vim de Sevilha e parei aí para almoçar.

    Não sei que medidas estão a ser postas em prática mas ainda bem que o estão. A forma como vejo as forças armadas na generalidade é algo negativa devido à sua "essência" que na minha opinião permanece quase inalterada ou cuja mutação é demasiado lenta em relação às mudanças sociais. Dispomos de um vasto património nas forças armadas e é uma pena que o mesmo esteja subaproveitado, dando lugar assim à degradação de infra-estruturas. Uma mudança no rumo do nosso Exército, Marinha e Força Aérea teria fortes benefícios para a população, para a economia e também para estas três instituições.

    Abraço,
    Daniel.

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  5. Rui Herbon,

    A tua reflexão coincide com a minha e portanto não posso fazer mais do que subscrever aquilo que disseste. Sem dúvida que existem várias formas de fazer "evoluir" as nossas forças armadas. Algumas mais dispendiosas e compreendendo mudanças mais profundas ou outras mais simples e com um custo menor. Mas a necessidade de mudança é algo que vejo como urgente e algo que iria beneficiar todas as partes (o país como um todo, a população e as próprias forças armadas).

    Abraço,
    Daniel.

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  6. Grifo,

    Os investimentos teriam de ser feitos por prioridades e num espaço de anos relativamente alargado. Por defender o investimento público (especialmente numa altura de crise) e por pensar que existem benefícios económicos na generalidade destes investimentos acho que os considero um pouco mais urgentes que aquilo que tu consideras mas nunca feitos de um dia para o outro e sem avaliar os seus reais benefícios (incluindo económicos), podendo assim estabelecer a sua prioridade.

    Estive em Espanha sem acesso à internet e por isso ainda não realizei o comentário. Vou agora fazê-lo com todo o gosto :)

    Abraço,
    Daniel.

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  7. Eduardo Miguel Pereira26 de agosto de 2009 às 22:16

    Concordo no essencial com as suas ideias, e acrescentaria mais um ponto que já há muite defendo. Dotar as forças armadas (nomeadamente o exército) de material e de efectivos com preparação para combate a incêndios. Em conjunto com os nosso Bombeiros penso que poderiam, juntos, contribuir tanto para um melhor combate aos fogos, bem como para a prevenção através de acções de limpeza das nossas matas ao longo do ano.
    Obviamente que para tudo isto ser uma realidade, há que haver investimento e (não menos importante) corte nos imensos desperdicios que hoje em dia ocorrem nas nossas forças aramadas.

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  8. @Daniel - podias ter dado uma "apitadela", nesta tua passagem por Beja, e teria todo o gosto em mostrar-te uma infraestrutura das FA's (Base Aérea Nº11/Beja). O convite está feito.
    É ali, por exemplo, que vais encontrar uma Esquadra de Vôo, equipada com os Lockheed P-3 Orion que, se quiseres pesquisar, tem tido missões não só de patrulhamento, mas também, em conjugação com outras instituições (PSP, PJ, GNR, SEF, por exemplo) no combate ao narco-tráfico, banditismo, etc...
    Também ali, na BA11, tens os "velhinhos" Alouette III, helicópteros que executam missões de busca e salvamento. São inúmeras as missões com sucesso efectuadas pela FAP. Para o referido sucesso, é necessária instrução, e é ali, também na Base de Beja, que tens uma Esquadra que ministra a instrução básica e elementar de pilotagem.
    Poderia acrescentar muito mais. Espero que, com uma visita, consigas apreender, de melhor forma, as missões que estão atribuídas aos 3 ramos das FA's e muito principalmente à FAP.
    Um abraço

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  9. Eduardo Miguel Pereira,

    Muito obrigado pelo comentário. O combate aos incêndios é algo que deve envolver os 3 ramos das Forças Armadas. O Exército poderia sem dúvida ser uma força importante na limpeza das matas bem como efectuar patrulhamentos. A Força Aérea deveria dispor de mais e melhores aeronaves de combates aos incêndios e a Marinha dispor de meios para combater fogos em embarcações. O combate aos incêndios é apenas uma das áreas onde o crescente envolvimento das FA seria extremamente positivo.

    Cumprimentos,
    Daniel.

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  10. João Espinho,

    Como estava apenas de passagem resolvi não te chatear. Mas uma coisa é certa. Na próxima OviBeja levas comigo de certeza e se for ai antes, aceito o convite de ver a Base Aérea que ainda só vi em papel.

    Eu conheço os P3-Orion e sei a vocação mas são aeronaves antigas com uma crescente desactualização que a sistemática compra de kits não soluciona. É nestas aéreas que defendo investir-se nas FA. Eu conheço a Esquadra de Busca e Salvamento e o seu lema "Para que outros vivam". Como disseste os Alouette III estão velhinhos e os Merlin têm dado bastantes problemas devido à sua elevada autonomia. A FAP é o ramo com mais "agilidade" devido ao meio de transporte que a caracteriza e realiza missões bastante importantes para a população em geral bem como a Marinha e o Exército. Eu não nego que as FA não realizem missões "úteis" deste ponto de vista. Aquilo que digo é que isso não é seu foco principal nem a nível de mentalidade nem a nível de investimentos. É isso que penso que deveria mudar. O tipo de exemplos que referiste no teu comentário deveria ser a essência das nossas Forças Armadas e aí sim, deveria existir um amplo investimento em formação e equipamentos. Para que possam realizar mais missões deste carácter e para que as possam realizar cada vez melhor em detrimento da noção belicista, que na minha opinião, ainda predomina largamente nas nossas Forças Armadas.

    Abraço,
    Daniel.

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