sexta-feira, 17 de julho de 2009

Educação - Ensino Superior

Neste penúltimo post sobre Educação vou analisar a importância do ensino superior. Cada vez mais portugueses optam por ingressar neste tipo de ensino e aumentar as suas qualificações. Portugal, na minha opinião, conta com bastantes universidades muito competentes e exigentes. Em qualquer parte do mundo, em qualquer área, existe sempre um português que se destaca e isso é sem dúvida um motivo de orgulho para o nosso país.

O país necessita de se desenvolver e para o país como um todo se desenvolver é preciso existir um desenvolvimento individual em cada um de nós. A educação é uma "ferramenta" para alcançar esse desenvolvimento já que nos possibilita uma aquisição de conhecimentos e experiências que nos aumentam as capacidades para realizar tarefas que já podíamos realizar e que nos conferem a aptidão para realizar tarefas novas. Quanto maior for a especificidade desses conhecimentos, melhor a qualidade das tarefas realizadas no âmbito dos mesmos. O ensino superior é o "apogeu" dessa especificidade e prepara-nos para realizar tarefas com um grau de qualidade bastante elevado. Portugal como país desenvolvido que é tem de apostar no conhecimento específico e desenvolver tarefas que países com salários mais baixos ainda não são capazes de realizar, ou pelo menos, não com a mesma qualidade. É necessário fomentar e facilitar o acesso ao ensino superior (entenda-se facilitar como por exemplo proporcionar o seu acesso aos escalões mais pobres da sociedade) e também preparar o país para empregar esse género de pessoas, tirando o máximo de proveito da formação adquirida.

Os cursos devem-se ir adaptando à realidade em constante mudança, não só em número de vagas mas como nos próprios conteúdos. Temos de garantir que as universidades dispõem das melhores infra-estruturas, equipamentos e docentes. Só assim teremos a certeza de estar a potenciar e aproveitar todo o talento existente. Deve-se estimular a interligação entre a aprendizagem prática e a aprendizagem teórica e apoiar actividades e programas extra-curriculares. Apoiar projectos de investigação/empresariais dos estudantes/recém-formados contribui bastante para o desenvolvimento de novas ideias que podem contribuir bastante para o desenvolvimento do país. A aposta num ensino superior de qualidade e acessível à totalidade da população deve contemplar a aposta em centros de investigação, parques tecnológicos, etc. É necessário formar grandes pessoas e é necessário dar-lhes oportunidades para que não tenham de ir para outros países à procura das "ferramentas" necessárias para a concretização dos seus projectos. O recente exemplo da forte aposta em nanotecnologia deve ser considerado como a "ponta do icebergue". Outros sectores como a saúde, agricultura, energias renováveis, ordenamento do território, construção, transportes, etc. encerram grandes potencialidades. Investir no ensino superior e no mundo em seu redor é investir no futuro a longo-prazo, é antecipar o futuro e tomar a dianteira nesse futuro que nós próprios estamos a criar.

A especialização leva à criatividade, inovação e competitividade necessárias para o sucesso. Portugal tem um grande potencial ao nível de recursos humanos e em sectores por explorar. Numa Europa e num mundo do século XXI onde cada vez mais conhecimento é poder, Portugal tem de recuperar o "tempo perdido" (devido à nossa História ainda algo recente) e duplicar esforços no sentido de antecipar o futuro. Já demos provas de que conseguimos alcançar grandes feitos e de que somos capazes de nos destacar em todas as áreas. Para mim, o investimento no ensino superior (englobando as estruturas de ensino, investigação e empregabilidade) é uma chave para multiplicar esses exemplos e para apoiar a tão necessária reconstrução do país. Grandes projectos de engenharia, reformas agrárias e industriais, aproveitamento de novas fontes de energia, nova mobilidade, melhor saúde e educação terão de ser apoiadas por recursos humanos com formação e capazes de tornar realidade estes objectivos e projectos. Sem uma estrutura humana que suporte estes projectos nenhum deles conseguirá sair do papel. A crescente aposta no ensino superior é o "espelho" de um novo Portugal. Um Portugal reconstruído e moderno com uma população capaz de o erguer e manter.

4 comentários:

  1. Daniel,
    O problema do ensino superior reside no elavadíssimo valor das proprinas(que tiveram como mãe a nossa "amiga" Ferreira Leite no tempo de ministra de educação),que leva a que muitos bons alunos,muita gente com qualidade mas de um nivel economico mais baixo fiquem desde cedo arredados que tirarem o curso que querem e que merecem tirar

    ResponderEliminar
  2. Tiago,

    Infelizmente tenho na minha antiga turma de 12º ano um caso que comprova aquilo que escreveste. Essa pessoa tem um carácter forte e decidiu ingressar nas forças armadas como forma de seguir o ensino superior pois não tem condições económicas para o fazer pela via "normal". Já ouvi falar naqueles empréstimos em que o estudante paga quando começa a trabalhar mas sinceramente ainda não fui à CGD informar-me.

    Abraço,
    Daniel.

    ResponderEliminar
  3. Exacto,
    Esses emprestimos poderão ajudar em parte essas pessoas,mas olho para eles mais como uma especie de remendo,porque quem ja tem dificuldades ainda se deve endividar?
    Na minha optica a resolucao terá que passar pela eliminação das propinas como existe em vários países,mesmo paises ditos pobres como Cuba por exemplo

    ResponderEliminar
  4. Tiago,

    Concordo contigo. Estes empréstimos e medidas similares são um passo na direcção certa mas não a solução final. Penso que alunos com fraca condição económica e que tivessem um determinado aproveitamento não deveriam simplesmente pagar propinas assim de forma directa e não através de devoluções em IRS ou algo do género bem como terem acesso privilegiado às residências universitárias de forma gratuita, etc.

    Abraço,
    Daniel.

    ResponderEliminar