sábado, 15 de agosto de 2009

Defesa e Segurança - Forças Armadas

A defesa e segurança de uma Nação é algo fundamental para a sua sobrevivência. As Forças Armadas desempenham um papel muito importante no nosso país a vários níveis (criação de emprego, educação e formação, defesa, relações internacionais, etc.). Contudo penso que actualmente o potencial do nosso Exército, Marinha e Força Aérea está algo subaproveitado e o seu âmbito de acção desactualizado face a uma nova realidade.

No meu entender, um avultado investimento nas Forças Armadas apenas faz sentido se alterarmos toda a sua dinâmica, modificando a sua organização, missões e campos de acção. Nesse sentido compreenderia melhor a sua importância para a população e o seu contributo para o desenvolvimento do país.

Portugal é um país pequeno e com recursos limitados. O mundo mudou bastante nos últimos anos. As nossas Forças Armadas não. E é isso que considero estar errado. Não temos recursos financeiros e humanos para sustentar um exército capaz de nos defender de uma guerra no seu sentido clássico e as perspectivas de uma guerra com tal significado ocorrer são ínfimas. Dispomos de aliados com um potencial bélico bastante elevado (NATO) e Portugal mantém relações internacionais bastante positivas com uma grande parte do globo fazendo parte de diversas organizações como a UE, ONU, CPLP, PALOP, etc. O meu raciocínio leva-me a acreditar que não teremos grandes vantagens reais em manter umas Forças Armadas com uma componente essencialmente belicista, devendo alterar a sua estrutura e organização para expandir missões de carácter humanitário e social que se realizam hoje em dia (como por exemplo o resgate de náufragos) bem como aumentar o leque dessa área.

O nosso Exército, a nossa Marinha e a nossa Força Aérea deveriam estar mais "concentradas" nas missões que são mais úteis para o país e para a população que servem e essas missões são as de carácter humanitário e social. É preciso uma alteração na mentalidade, na formação dos novos militares e no tipo de investimento realizado pelo ministério da Defesa. É importante investir na defesa porque é uma área essencial para o país. Mas esse investimento deve estar adaptado a uma nova realidade e procurar servir melhor a população portuguesa bem como honrar compromissos internacionais.

O Exército deveria dispor da formação e material necessário para responder em situações de catástrofe (desastre natural, atentando terrorista, etc.). A Marinha deveria dispor de mais recursos para auxiliar as embarcações em águas nacionais bem como de recursos para efectuar um patrulhamento mais rigoroso da nossa costa (focando e aumentando a sua importância por exemplo no combate à imigração ilegal, tráfico de drogas e de outros produtos). A Força Aérea deveria dispor de mais recursos para patrulhar o território nacional focando-se em actividades como o combate aos incêndios, estudos ambientais, monitorização da costa, entre outras. Estes são apenas alguns dos exemplos que ilustram uma transição de umas Forças Armadas belicistas para umas Forças Armadas "humanitárias".

A nível internacional também esta transição seria na minha opinião benéfica. Compromissos internacionais focados no apoio às populações desenvolvendo actividades como construção de infra-estruturas básicas, transporte de mantimentos, manutenção da paz, educação e formação, etc. seriam sem dúvida bastante interessantes e potenciadores de futuras relações com os países e comunidades que Portugal ajudasse a desenvolver.

A Defesa, como qualquer outra área, deve existir para defender os interesses da população portuguesa servindo o país e auxiliando o seu desenvolvimento. É necessário investir nas Forças Armadas para que as mesmas possam evoluir e estar preparadas para o século XXI. Mas não é apenas a tecnologia que precisa de evoluir. A "mentalidade" das Forças Armadas como um todo necessita de evoluir. Só assim será possível potenciar todas as suas vantagens e fazer com que a população compreenda a sua importância e os seus benefícios na sua totalidade. Só assim será possível servir melhor Portugal e o mundo.

4 comentários:

  1. Paulo,

    E eu só posso agradecer :) Já respondi ao teu desafio e já espero pelo próximo :P

    Abraço,
    Daniel.

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  2. Sobre as forças armadas num sentido clássico só tenho uma coisa a dizer... INÚTEIS... mas inevitáveis...

    Por isso concordo completamente com o que é dito nesse post e em vez de se comprar submarinos (isto com a "administração" do PSD+CDS)... equipava-se com + recursos de intervenção contra a emigração ilegal, e ilegalidades cometidas na nossa zona económica exclusiva tanto por parte de portugueses como e principalmente de espanhóis... O exercito de força aérea devia ser reduzido até se ter o que é necessário para ajudar no combate a fogos (nova funcionalidade) e pouco mais... O terrestre dava o apoio de guerra que Portugal deve aos seus aliados e agiriam em missões de paz... assim como em caso de terrorismo (uma transformação para um género de policia especial)

    Portugal seria conhecido como um pais de forças eficazes e altamente especializadas em combater situações de crise a nível interno e continuando a prestar o apoio bélico a aliados... Imagino os nosso soldados a serem "requisitados" por outros países da UE em situação de crise. Passando alguns outros pequenos países a seguir esse modelo...

    E não faço a menor ideia se é seguido por algum outro pais...

    PS: Portugal é um dos países com mais bem treinados militares... mas que não servem o Estado em nada de verdadeiramente útil na maior parte das vezes...

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  3. Grifo,

    Obrigado pela tua análise. Como sabes pela leitura do post, é isso mesmo que defendo. Eu entendo a importância das forças armadas e acredito sinceramente que elas têm um forte papel a desempenhar para o desenvolvimento do país. Mas é preciso moldar as forças armadas para as necessidades do século XXI. E os exemplos que deste no comentário são algumas dessas necessidades. É preciso tornar as forças armadas em algo útil para o dia-a-dia da população portuguesa. Até porque no sentido clássico além de não serem úteis não temos poderio bélico para ganhar qualquer guerra.

    Só assim é possível justificar investimentos nesta área. Só se esses investimentos trouxerem proveitos para a população que os paga.

    Abraço,
    Daniel.

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