Mark Pfeifle (conselheiro de topo para a segurança nacional da antiga administração Bush) sugeriu num artigo de opinião que a rede social Twitter fosse nomeada para a atribuição do prémio Nobel da Paz. Pfeifle defende que o Twitter desempenha um papel com crescente importância na divulgação de crimes internacionais, conseguindo "romper" com a censura e criando ondas de solidariedade a nível mundial, ondas essas que se poderão reflectir numa defesa mais activa dos direitos humanos e numa promoção constante da paz mundial.
Um dos exemplos mencionados é a actual situação vivida no Irão. O Twitter permitiu aos jornalistas comunicarem as suas experiências e permitiu aos activistas denunciar todos os crimes cometidos pelo regime de Ahmadinejad, expondo a forte repressão de que estavam a ser alvo. O Twitter tornou-se num "megafone" para a causa iraniana e uniu o mundo em torno de um só objectivo. Esta divulgação e respectiva união mundial levou a que os líderes internacionais reagissem de uma forma mais vincada e se mostrassem eles próprios solidários com o povo iraniano, pondo em causa a legitimidade das eleições presidenciais disputadas em Junho deste ano.
A minha primeira reacção ao ler esta notícia foi de pensar que era absurdo atribuir o prémio Nobel da Paz a uma rede social. Mas de seguida tentei analisar a totalidade da situação e a minha opinião mudou. Conceder ao Twitter este prestigiado prémio não é premiar o Twitter em si. É premiar a tecnologia ao serviço da solidariedade. É premiar a Era da Informação. É premiar cada um de nós que faz parte desta grande "família" da internet e das redes sociais. É premiar a inovação ao serviço da paz. Através dos blogs podemos divulgar causas e apelar ao envolvimento directo ou indirecto (via web) na busca de soluções. Através do Twitter podemos acompanhar e "espalhar" informação relacionada com causas sociais. O Facebook tem até uma aplicação própria (Causes) para auxiliar organizações e associações que lutam por um mundo melhor, qualquer que seja a sua "vertente". E muitos mais exemplos. Porque não premiar toda esta comunidade, todo este esforço e todas estas ideias ao serviço do mundo como um todo? Quantos tweets foram produzidos acerca da causa iraniana? Quantos milhões de dólares já foram doados através da aplicação Causes do Facebook? Quantos eventos/acções de ONGs já foram divulgados através de blogs? Estas redes sociais contam com milhões de utilizadores, muitos deles preocupados com vários problemas globais e dispostos a encontrar uma solução, auxiliando a sua construção. Premiar o Twitter seria comprovar que efectivamente a ajuda pode estar à distância de um clique. E que qualquer pessoa com um computador e uma ligação à internet pode ajudar a mudar o mundo. Muitas vezes ouvimos falar do ciber-crime. A ciber-solidariedade existe e tem de ser promovida. A internet promove na maioria das vezes acções de ajuda indirecta no combate aos problemas. Mas pelo facto da ajuda ser indirecta não significa que não atinja resultados reais. A tecnologia mudou a forma do mundo e a solidariedade não "escapou" a esta mudança. Premiar o Twitter seria premiar a solidariedade do século XXI.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
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A paz nunca irá ser alcançada atravez de um unico homem, mas sim atravez de um esforço comum... :)
ResponderEliminarMas não conheço o Twitter, já ouvi falar...
Grifo
Grifo,
ResponderEliminarEu estou presente no Twitter e apesar de não ser um grande fã desta rede social reconheço a sua importância. Para mim, o Twitter possibilita acima de tudo aceder a informação de uma maneira extremamente rápida e sintética. Premiar o Twitter é premiar todos os ciber-solidários, mesmo aqueles que não usam o Twitter em si :)
Cumprimentos,
Daniel.