domingo, 7 de março de 2010

Vinhos - para beber e vender

A vinicultura e viticultura são actividades extremamente importantes para o nosso país. O vinho é, em vários sentidos, um símbolo de Portugal e dos portugueses.

O vinho conta de certa forma a história do nosso país, faz parte da tradição, faz parte do "ser" português. Do Norte ao Sul, do continente às ilhas, praticamente todas as regiões produzem vinhos de qualidade que deliciam não só os consumidores portugueses, mas apreciadores de vinho do mundo inteiro. A arte de fazer vinho está no sangue dos portugueses e, actualmente, nos seus laboratórios também.

Se pensarmos no conjunto de indústrias que "giram" à volta do vinho apercebemo-nos da sua grande importância económica e social. E compreendemos que é um sector onde podemos e devemos apostar com vista a alcançar um futuro de sucesso. O vinho gera emprego e riqueza um pouco por todo o país contribuíndo para o desenvolvimento regional e para a diminuição das assimetrias regionais. É uma fonte de exportação não só de produtos mas da própria imagem de Portugal. A exportação da imagem do país é tão forte que potencia a criação de um segmento específico de turismo (Enoturismo). Apesar de ser uma área com uma história de vários milénios existe ainda um grande potencial no desenvolvimento de novos e melhores vinhos. É este potencial que leva a um crescente investimento em investigação e desenvolvimento, uma componente cada vez mais importante no vasto mundo dos vinhos e aquela cuja futuro parece mais promissor.

Ao olharmos para esta vastidão reparamos que o vinho emprega muitas pessoas com vários graus de qualificação e de ínumeras áreas de formação. Uma aliança entre o saber do passado e a tecnologia do futuro é a chave para expandir o sucesso deste campo e agarrar todo o seu potencial. A investigação vai ter um papel cada vez mais importante pelo que a aposta na viticultura é extremamente importante. Esta investigação além de possibilitar melhores e mais variados vinhos tem também outras aplicações como por exemplo para fins medicinais. O enoturismo é também uma área que poderíamos desenvolver mais já que este tipo de turismo está muitas vezes interligado à história de uma determinada região. Além de um melhor aproveitamento destas áreas devemos também fomentar um aumento na exportação dos nossos vinhos. Tendo em conta a disseminação da produção mundial de vinho e a entrada de novos "players" o preço é algo em que não podemos, ou raramente podemos competir. O mesmo não se passa em relação à qualidade onde temos as armas necessárias para nos conseguirmos impôr e penetrar cada vez mais no mercado global. As relações privilegiadas que mantemos com "meio mundo" podem ser uma porta de entrada bastante significativa especialmente se tivermos conta que são países com um desenvolvimento económico acelerado sendo espectável que o consumo de vinho nos mesmos aumente, focando a nossa atenção para os vinhos "gourmet" e de qualidade. A forte componente turística do nosso país associada ao facto de produzirmos vinho em praticamente todas as regiões pode ser também um pólo de difusão dos vinhos. A comunidade de emigrantes pode também funcionar como um catalisador nos mercados dos seus respectivos países, especialmente nos novos destinos de emigração (por exemplo o crescente número de portugueses que se está a fixar em Angola). Temos vinhos de qualidade capazes de competir a nível mundial e temos várias ferramentas para os promover e difundir.

Em suma acredito que esta área historicamente importante para o nosso país pode desempenhar um papel ainda maior na construção do nosso futuro com os benefícios económicos, sociais e culturais associados. Vinho made in Portugal - para beber e vender.

2 comentários:

  1. Apesar de produzirmos bons vinhos, não somos tão conhecidos lá fora por esse atributo.
    Talvez porque no passado não nos preocupámos tando com a qualidade e marketing para a exportação, a verdade é que no estrangeiro vinhos de qualidade associam-se sobretudo à França, à Itália e um pouco menos à Espanha.
    Mas concordo contigo: temos potencial e uma produção interna de qualidade e diverisdade que permite neste campo tirar muito proveito em termos económicos para o país.

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  2. geocrusoe,

    Aquilo que mais aprecio acerca da produção de vinhos em Portugal é realmente a sua diversidade. Fala-se muito do vinho do Porto mas produzimos excdelentes vinhos na Madeira, no Alentejo, etc etc. Esta distribuição "uniforme" por todo o país associada às novas tecnologias relacionadas com esta indústria e às actividades "paralelas" (turismo, etc.) fazem com que todas as regiões e todo o tipo de áreas possam beneficiar de uma verdadeiro aposta no vinho em Portugal.

    Abraço,
    Daniel

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